quarta-feira, 24 de julho de 2013

RADIO AZUL


Um rádio....Anna sonhava em ter um radio para poder ouvir músicas.
Sentada no banquinho do seu pianinho azul ela batia os dedinhos e cantava por horas.
Dias de chuva a prendia na varanda da casa enquanto sua mãe costurava,
Seus olhinhos brilhavam olhando o infinito, o mundo de Anna era um pouco solitário.
Seus amiguinhos nem sempre vinham  vê-la, devido a chuva que os mantinham em suas próprias casas.
Na casa de sua madrinha havia televisão, radiola, geladeira e até maquina de lavar roupa...ao contrario da sua.
Bem, a menina parou com o piano e foi para o quintal, pegou seu baldinho  de brinquedo, uma colher na cozinha e começou a amassar o barro molhado pela chuva que havia estiado.
Levou um bom tempo concentrada  naquela obra, então finalmente Anna se levanta com um sorriso maravilhado no rosto.
Um bloco de barro com uma tela e botões desenhados, um palito de picolé espetado em forma de antena.
E foi Anna cantando pelo quintal... ela havia criado o seu próprio radio de pilha.
Sua irmã mais velha esvaiu-se  em lágrimas e com muito aperto  comprou o primeiro radio azul para Anna.


quinta-feira, 1 de março de 2012

ENTÃO É NATAL

 Eis que chega o primeiro Natal de Anna sem a presença do seu pai em casa.
O movimento de suas irmãs  e de sua mãe era grande na arrumação e limpeza da casa,
o cheiro dos pratos sendo preparados, tudo corria em clima de festa.
Anna olhava tudo com muita atenção, mas não comentava nada.
Sua irmã mais velha buscava sempre distrair a menina que parecia estar distante de tudo que estava acontecendo.
Sim, o coraçãozinho de Anna só pedia a presença do pai.
Passou o dia entre o portão da casa e a entrada da vila, só para ver se o pai aparecia.
Um dia longo de espera na incerteza de que seu pai viria ou não.
Já no finalzinho da tarde quando Anna já não se aguentava mais de tanta dor da ausência.
Eis que seu pai aponta no inicio da rua, Anna disparou pela calçada ao encontro do seu pai.
um longo abraço parecia aliviar  aquele peso que carregará o dia todo.
As lágrimas contidas em um nó na garganta faziam seus olhinhos brilharem ainda mais.
Então seu pai no meio da rua mesmo, abriu uma sacola e retirou uma boneca de plástico e deu a Anna dizendo:

-Foi a unica boneca que o dinheiro do pai deu pra comprar!

Não era a boneca que Anna esperava. Ela mesmo assim pegou e agradeceu ao seu pai,que  neste instante  abriu uma gargalhada e disse satisfeito, esta é a minha filha.

 -De esta a  sua irmã, pois a sua esta aqui!

A boneca que Anna namorou o ano inteiro finalmente seu pai comprou e deu a ela de presente.
E assim a menina não se conteve de emoção e suas lágrimas cairam dos olhos, que timidamente levantou suas mãozinhas e as enxugou para que o pai não percebesse.
 E um feliz Natal se fez no coração de Anna.


                                         



domingo, 12 de fevereiro de 2012

INOCENTE E OBEDIENTE


E Anna não desgrudava da sua mãe por nada.
A mãe de Anna costurava para fora e sempre que podia visitava suas comadres que moram na vila.
Anna por ser a caçula não era deixa sequer por um minuto pela sua mãe , que  a mantinha sob vigilância constante.
Enquanto as mulheres conversavam as crianças brincavam no quintal.
Anna por ser uma garotinha tímida sempre tinha seus gestos mais contidos e afastada.
Sem que ninguém percebesse o compadre da mãe de Anna chegou do trabalho, estava embriagado mas consciente de seus atos.
Chamou por Anna que inocente e obediente o acompanhou, e assim ele a levou para o quarto no fundo da casa.
Anna assustada começou a sentir aquele homem   mexendo em seu corpinho frágil e indefeso.. quando  como uma proteção divina  ela escuta sua mãe gritando seu nome.
O homem assustado larga a menina que sai correndo ao encontro da mãe.
Anna voltou pra casa  sem fazer nenhum comentário.
Mas a partir daquele dia ela passou a se recusar a acompanhar a  sua mãe até aquela casa.





terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

CORAÇÃO PARTIDO


Anna está desolada, sentadinha a beira da calçada de sua casa.
Ela tenta entender o que está se passando. Seu pai saindo de casa e indo embora sei lá pra onde.
Ninguém fala nada, ninguém te explica nada.
Seu coraçãozinho de passarinho se espremia em dor e medo.
Porque seu pai está indo embora?
E assim os dias se tornam longos e as noites assustadoras.
Sentada a beira da calçada ele olhava para o fim da rua na esperança de ver seu pai descendo ao seu encontro.
Os dias passaram...
Quantos dias Anna não sabia informar.
Pessoas iam e vinham em sua casa, conversas intermináveis aconteciam com sua mãe.
E Anna sofrendo a ausência do pai.

sábado, 10 de setembro de 2011

LAGRIMAS 1


Anna estava assustada...
Uma discussão entre seus pais acaba envolvendo toda a familia.
Anna não sabe o que está acontecendo e nem porque.
As vozes alteradas, as gesticulações, aponta para a menina que fica cada vez mais confusa.
Mesmo já com seus cinco aninhos...
E tudo vira um pesadelo quando seu pai que nunca havia encostado um dedo na menina, de-lhe um tapa.
A memória de Anna estava marcada pela dor....não só por receber  um tapa de corpo tão maior que o seu mas  o sentimento de receber um tapa de seu amado pai .
A familia arrebatou a menina  das mãos do pai e a levou para longe da confusão.
Mas o coraçãozinho de Anna, já  amargava uma dor profunda.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A COBRA QUE ERROU O BOTE




A vila onde Anna morava ficava proxima de um rio.
Este rio era  largo e de grande correnteza , as pessoas não brincavam muito proximo das aguas por receio.
A estação das cheias se aproximava e as familias da vila não falavam de outro assunto.
Todos atentos e preocupados com a enxente  que ameaçava.

A agua subia devagar ...e já estava proxima da vila, os pais de Anna preocupavam-se em subir os moveis para que as aguas não os levasse e nem estragasse as poucas coisas que tinham.

A diversão das crianças  da vila era  ver a enxente .
Anna corria de casa para a janela da casa da vizinha , de onde via a imensidade das aguas que ela achava bonito.
E nesta vinda correndo para a casa uma susto abate a menina.
A familia de Anna estava conversando com os vizinhos .
Anna feliz da vida com os acontecimentos entra correndo pela varanda da casa, quando um grito, um pulo e o susto a fazem perder a fala.
 Anna cai gelada , com os labios roxo e sem ação na porta de casa.

 Uma cobra estava na varanda
 e Anna com a proteção Divina  teve o reflexo de pular sobre a cobra que errou o bote.
Seu avô quando ouviu o grito da criança entrou correndo e com sua bengala de madeira conseguiu golpear a cobra que já se preparava para o segundo bote.
Anna foi carregada para dentro da casa e lá passou alguns dias com sua saude abalada pelo susto.
A princesinha recebia  de todo muito carinho e em especial de sua irmã mais velha que a tratava com muito dengo.